Hoje é dia: 19 de maio, 2024

SOS: no limite e superlotada, Santa Casa pede socorro aos órgãos públicos

A superlotação de leitos de UTIs Adulto, Pediátrico e Covid, além de urgência e emergência fez a presidência da Associação Beneficente de Campo Grande – Santa Casa realizar um pedido de socorro aos órgãos públicos de Mato Grosso do Sul. 

Em convocação emergencial, a entidade garantiu que está no limite em atendimento e não consegue sequer, garantir insumos básicos para atender as demandas.

Nas últimas 24 horas, os 70 leitos disponíveis para atendimento geral estão em 100% de ocupação e os 10 leitos disponíveis à ala da Covid-19, está em 80%. 

Outra preocupação se dá a ala de UTI pediátrica e neonatal que apresenta 90% de ocupação dos 39 leitos disponíveis.

“É um caos instalado, não estamos tendo condições de atendimento adequado a quem chega, adequado tempo que os corredores não eram ocupados e estamos solicitando socorro para reestruturar esse atendimento”, disse o presidente da Santa Casa, Heitor Rodrigues Freire.

“Somos uma entidade filantrópica e prestamos serviços ao setor público e estamos tendo que readequar uma força de trabalho operacional para suprir essa assistência”, acrescentou.

UTIs Neonatais

Percebe que a pandemia do coronavírus modificou o atendimento de toda rede pública de saúde de Campo Grande, a Santa Casa reforçou um quadro que se agravou sete meses de Covid, casos de gestantes com diabetes descompensadas e / ou hipertensão gestacional que teve de realizar cesáreas emergenciais, superlotando a ala pediátrica e UTIs neonatais.

“Estamos recorrentes em atendimentos de bebês macrossômicos, que são bebês nascidos acima dos 5 kg, isso decorre de uma assistência inadequada na gestação que, por decorrência da pandemia, não tiveram atendimento eficaz nas redes e públicas estão chegando para a gente com essa dificuldade, nossos leitos de UTIs neonatais estão superlotados e tem bebê internado até em sala de parto ”, avaliou o médico pediatra responsável pelo setor, Willian Leite.

De janeiro a outubro do ano passado, foram realizados cerca de 100 procedimentos de alto risco na ala da maternidade. Segundo Willian, neste ano, o número triplicou para 300 procedimentos. 

“A situação está caótica, não temos onde colocar a mãe e o bebê, estamos tendo que escolher qual vai acontecer para ser menos prejudicial”, avaliou.

Dados registram ainda que de abril a setembro de 2020, a maternidade da Santa Casa registrou cerca de 4.663 atendimentos. 

Diariamente, o número de atendimentos entre urgência, emergência e internação varia entre 700 a 800 atendimentos e nas últimas 24 horas o hospital teve um registro de 134 pacientes no pronto-socorro, 67 internações, 11 acidente de acidente de trânsito e teve 87 altas médicas .

“Nossa situação é crítica, há tempos estamos encaminhamos ofícios para setores da saúde e Ministério Público alertando risco de desassistência aos pacientes, desassistir um paciente é dizer que ele vai morrer, isso é muito grave”, argumentou o diretor técnico José Roberto.

O que dizem os Gestores

Presente na reunião emergencial da entidade, o secretário municipal de saúde, José Mauro Filho, alerta que a demanda aumentou com o retorno das atividades do dia a dia e que com os baixos índices de Covid registrados nos últimos dias, a prefeitura conseguirá readequar melhor o encaminhamento de pacientes. 

“Faremos uma reunião como Hospital Universitário, Regional e Santa Casa para buscarmos um olhar para essa situação de demanda no fluxo de pacientes e observar o que pode ser feito”, disse.

Já para o secretário estadual de saúde, Geraldo Rezende, o pedido de socorro da Santa Casa é crônico e que algumas situações podem ser debatidas em reuniões internas. 

“Na prática, nós sentar e verificar os números básicos pela Santa casa e ver o que está dentro do contrato; temos de ter cautela, uma vez que dinheiro não nasce em árvore e, principalmente num momento crítico de pandemia que assolou nossa economia, mas vamos, com certeza, apoiar a Santa Casa como sempre apoiamos ”, garantiu o secretário.

Ele lembrou ainda do repasse da União feito à entidade no valor de R $ 6,7 milhões, em maio deste ano, reparações para o pagamento de medicamentos e demandas da Covid-19 e registro o envio de ventiladores, bombas de infusão e EPIs que o governo do Estado disponibilizou à Santa Casa.

Para o presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul, Marcelo Santana a preocupação está na sobrecarga que médicos vem enfrentando na superlotação e falta de condições básicas no atendimento. 

“A gente se preocupa nos problemas que estes profissionais precisam de realizar seu trabalho, o que pode ocasionar em tratamentos psiquiátricos a longo prazo e a curto prazo, num prejuízo obrigatório à população em algum atendimento”, avalia.

Fonte: Correio do Estado

Compartilhe

Notícias Relacionadas

Últimas Notícias

Sites Profissionais