Hoje é dia: 20 de setembro, 2024

Funcionários de cemitérios exigem dinheiro para prestar serviço público

Uma coisa é certa: nunca duvide da capacidade do ser humano! Em Campo Grande, funcionários do Cemitério Santo Amaro, Cemitério Santo Antônio e Cemitério do Cruzeiro (São Sebastião) estão enriquecendo ao extorquirem pessoas carentes para prestarem serviços que deveriam ser gratuitos, já que trabalham em cemitérios públicos.

Conforme relatos de leitores do Jornal O Consumidor News, que estão indignados com a situação, a falcatrua acontece nos três cemitérios públicos da Capital, mas os episódios mais revoltantes são os do Santo Amaro.

Chega a ser difícil de acreditar, mas a verdade é que os funcionários desses cemitérios se aproveitam da falta de informação, da ingenuidade e da fragilidade emocional das famílias para cobrarem pelos serviços públicos.

Essas pessoas literalmente se aproveitam do momento de dor, de sofrimento, de desespero e de total abalo emocional das famílias que choram por terem perdido um parente querido e amado.

Desprovidos de qualquer sensibilidade, amor e compaixão, os funcionários não hesitam em cobrar R$ 300,00, R$ 400,00, R$ 500,00 ou mais para fazerem aquilo que já é sua obrigação em razão da função que exercem.

Numa análise preliminar, a impressão é de que o valor cobrado é pequeno, irrisório… Mas não é! Primeiro porque esses funcionários jamais deveriam cobrar qualquer valor que seja.

Além do mais, esses oportunistas estão exercendo uma crueldade reprovável, inaceitável e repugnante. Eles cobram de pessoas carentes e que procuraram o serviço público justamente por não terem dinheiro para custear as despesas cobrados por um cemitério particular.

São famílias extremamente carentes, que recebem salário baixo ou que estão até mesmo desempregadas. No dia a dia, muitas dessas pessoas passam por dificuldades extremas, de não terem o que comer direito.

Desesperadas, e sem poderem se dar “ao luxo” de ficarem sem a prestação dos serviços póstumos, as famílias fazem o possível e o impossível para levantar a quantia exigida pelos oportunistas que, só fazem o seu trabalho depois que recebem o dinheiro.

O esquema é tão vantajoso para esses gananciosos que vários funcionários dos cemitérios públicos de Campo Grande compraram casa própria e andam de carro novinho. Lembrando que esses “investimentos” foram feitos com o dinheiro que extorquiram das famílias carentes.

Comprovadamente – em documentos da administração pública municipal – são funcionários que recebem salários compatíveis com as funções que exercem. Todavia, na prática, essas pessoas usufruem de um padrão de vida bem superior àquele que poderia ser mantido apenas com seu salário.

Ostentação é a palavra de ordem e o salário é apenas um complemento no final do mês. O valor importante mesmo é aquele que os funcionários conseguem extorquir das famílias carentes porque é com esse dinheiro que eles mantêm o alto padrão de vida boa e confortável… Basicamente, às custas do sofrimento alheio!

Agenciadora de namoradinhas

Como se não bastasse, no Cemitério Santo Amaro acontece uma outra situação inusitada. Ainda de acordo com relatos de nossos leitores, uma funcionária deste local se encarrega de “arrumar namoradinhas” para servidores públicos.

Segundo informações, essa mulher exerce a função de agenciadora. Primeiro ela coleta informações minuciosas sobre o perfil de garotas exigido por seus clientes fiéis e, em seguida, faz a seleção das moças e as encaminha para o “namoro”.

As atitudes ilegais e imorais que rotineiramente são praticadas por funcionários dos cemitérios públicos são de conhecimento de muita gente e, como dizem: “ninguém lá quer largar a teta”.

É tanto dinheiro e vantagens envolvidas que em muitos momentos os colegas de trabalho se encaram como verdadeiros rivais, já que um sempre quer ganhar muito mais do que o outro. E, tudo na mais pura ilegalidade, óbvio!

Saiba seus direitos

Prevista no artigo 317 do Código Penal, a corrupção passiva está caracterizada quando o funcionário público pede ou recebe, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão da função, vantagem indevida, ou aceita promessa de vantagem.

Ao exigirem dinheiro das famílias carentes, funcionários dos cemitérios públicos de Campo Grande praticam crime contra a administração pública. O caso se enquadra na primeira conduta descrita no artigo de lei mencionado acima, ou seja, pedir ou manifestar o desejo de receber vantagem indevida, por meio de solicitação explícita ou insinuada.

A primeira orientação do Jornal O Consumidor News é para que as pessoas que pagaram por esses serviços públicos procurem a delegacia mais próxima e comuniquem o caso de corrupção para a polícia. Além de procedimento administrativo, esses funcionários têm que responder a processo penal em razão do crime praticado.

Ademais, é perfeitamente cabível uma ação de reparação de danos para que as vítimas desses oportunistas sejam ressarcidas pelos danos morais e materiais sofridos.

É preciso acabar com essa sensação de impunidade em terra de ninguém. Para isso, um bom começo seria a abertura de processo administrativo – na esfera municipal – para que esses funcionários sejam exonerados. Na sequência, uma bela investigação policial, seguida de processo criminal e cível encerrariam o esquema com chave de ouro!

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