Hoje é dia: 20 de setembro, 2024

Candidatura suspeita de fraude foi 100% financiada por recursos públicos

Com nome na urna de Gilsy Arce, a candidata informou gastos de R$ 759 mil e obteve 491 votos

Investigada pelo Ministério Público Eleitoral e alvo de mandados de busca e apreensão pela PF (Polícia Federal), a candidatura de Gilsienny Arce Munhoz a deputada estadual, pelo então PRB, agora Republicanos, foi financiada em 100% por dois fundos abastecidos por recursos do Orçamento da União, ou seja, dinheiro público. O total arrecadado foi de R$ 761.589,50.

Conforme o Divulgacand, sistema que divulga dados dos candidatos, receitas e despesas, 93,42% do total de recursos recebidos é do FEFC (Fundo Especial de Financiamento de Campanha) e 6,56% do Fundo Partidário.

O Fundo Especial foi criado para compensar o fim das doações por empresas, que, por muitas vezes, era disfarce para propina, enquanto o Fundo Partidário recebe recursos mensalmente para manutenção das siglas.

A situação se assemelha à de candidatas do PSL, investigado no Brasil por candidaturas de fachada, esquema que foi apelidado de “laranjal do PSL”.

Devolução – Com nome na urna de Gilsy Arce, a candidata informou gastos de R$ 759.996,60 e obteve 491 votos. A suspeita de falsidade ideológica na prestação de contas é investigada em procedimento investigatório criminal. Foram ouvidos fornecedores que confirmaram ter emitido nota fiscal com valor a maior e devolvido parte do dinheiro.

A PF foi às residências e Gilsienny e de Edson Bobadilha, que coordenou a campanha da candidata, com pagamento de R$ 53,9 mil, terceira maior despesa durante a corrida eleitoral. Os mandados de busca e apreensão expedidos pelo juiz da 53ª Zona Eleitoral de Campo Grande.

De acordo com o advogado Ronaldo Franco, que atua na defesa de Gilsy Arce e Edson Bobadilha, a ex-candidata não estava em casa e nada foi levado do imóvel. O ex-coordenador teve o celular apreendido.

A defesa nega irregularidades na prestação de contas e aponta que os dois ainda não prestaram depoimento ao Ministério Público Eleitoral. “Se olhar no Facebook, você vê que ela fez campanha e refutamos a tese de tantos mil reais e tantos votos. Dinheiro não é para comprar votos”, afirma Ronaldo Franco.

Os maiores gastos da campanha foram com pessoal, que correspondeu a 47,58% (R$ 361 mil). Além de Edson, outras seis pessoas com sobrenome Bobadilha aparecem na lista de despesas da candidata. Todas atuaram como cabo eleitoral.

Gilsienny é servidora do Estado e ocupa a função de gestora de ações sociais, pela Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho)

Reprodução Campo Grande News


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