Hoje é dia: 22 de outubro, 2024

Polícia descobre túnel e intercepta invasão ao cofre do Banco do Brasil

Audaciosos, com um plano que parecia ter saído de um filme, bandidos tentavam invadir a central do Banco do Brasil de Campo Grande, localizada no bairro Monte Castelo. A ação foi interrompida pela polícia, que há seis meses investigava a ação dos suspeitos.

“Estávamos acompanhando tudo, essa investigação é de muito tempo. São criminosos especializados de todo o Brasil”, disse o titular da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antônio Carlos Videira.
Os criminosos construíram um túnel de 63 metros, que começava em uma casa, ao lado de uma oficina mecânica que fica em frente à gerência regional do Banco do Brasil. É lá que fica o maior cofre bancário de Mato Grosso do Sul, que chega a movimentar até R$ 200 milhões por dia em algumas ocasiões. Os valores depositados nesta central também são distribuídos para outras instituições financeiras.

Correio do Estado apurou que os criminosos planejavam estourar o cofre nos próximos dias, neste período de fim de ano, depois de tentativas frustradas, quando descobriram que as paredes do cofre não poderiam ser cortadas ou quebradas sem chamar a atenção dos vizinhos: seria necessária uma explosão. 

De posse das informações de que a quadrilha, contava com bandidos do Estado de São Paulo e da região do Nordeste, o Grupo de Repressão a Assaltos e Sequestros da Polícia Civil (Garras) decidiu agir. Entre a noite de domingo e a madrugada de ontem, a casa que servia de porta para o túnel, e base para os criminosos, foi “estourada” pelos policiais. Houve confronto, e dois envolvidos com o plano audacioso morreram. Outros seis foram presos. Alguns dos criminosos, feridos, foram internados. 

Criminosos foram presos no domingo (Foto: Divulgação)

O PLANO
O plano para assaltar o local começou com o aluguel de uma casa localizada na Rua Minas Gerais, via perpendicular à Rua Alegrete, onde está localizada a Central do BB. O delegado titular do Garras, Fábio Peró, afirmou que várias pessoas participaram da escavação do túnel, não sendo apenas os seis que foram presos.

O delegado explicou que era feito uma espécie de “rodízio” na escala para cavar o túnel que dá acesso na Central. Conforme a polícia, os bandidos também contrataram mão de obra alheia para tocar a escavação. Cada dia uma pessoa diferente recebia uma quantia para trabalhar ali e ficar calada. A terra era armazenada em sacos no próprio local para não haver movimento que despertasse a atenção de alguém. Esse caminho já tinha mais de 63 metros e se aproximava do caixa-forte da agência.

A polícia já estava monitorando o grupo e conseguiu evitar o roubo, embora segundo informações apuradas pelo Correio do Estado, para entrar no cofre seriam necessários artefatos pesados para romper a segurança. A polícia não detalhou o plano dos bandidos.

Túnel tem 63 metros e se ligava a cofre da instituição (Foto: Divulgação)

As paredes do túnel eram sustentadas por vigas aparentemente de madeira de eucalipto e os criminosos colocaram escadas. Há o risco de desabamento do local, porém o trecho não está interditado. Ventiladores garantiam mais “conforto” aos escavadores, mas a polícia classificou o local como insalubre.

“Estamos em período de chuvas, por esse motivo a Polícia Civil está avaliando o local, pois corre o risco de desabar”, declarou o secretário. Além dele, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), também sabia da investigação sobre a quadrilha.

Durante as prisões, a polícia também encontrou um veículo Toyota Hilux, com placa de Pernambuco, e um caminhão, com placa de Ponta Porã, ambos foram apreendidos. 

BARULHO
A reportagem esteve no bairro Monte Castelo, nas imediações da Central do Banco do Brasil, e tentou conversar com alguns moradores. Porém, alguns não quiseram falar e outros disseram não ter visto nada, apenas ficaram sabendo que algo acontecia quando ouviram os tiros.

Agora, reina a incerteza e o medo. Um morador que não quis se identificar acredita que os bandidos escolheram o imóvel, localizado na Rua Minas Gerais, não apenas pela proximidade do alvo, mas porque fica ao lado de uma oficina que faz bastante barulho ao longo do dia.

O imóvel de muro amarelo tem portão fechado e impede a vista para o que acontece lá dentro. No final da manhã de ontem o único “indício” do que houve ali era um saco de cordas sujas de lama abandonado na calçada. 

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