Hoje é dia: 20 de setembro, 2024

Representantes do administrativo da educação sobem à tribuna para reivindicação

Os representantes dos servidores do administrativo da Educação utilizaram a tribuna da Assembleia Legislativa,  para falar sobre os resultados da negociação junto ao Governo de Estado para envio de Projeto de Lei que prevê a incorporação do abono de R$ 200 no vencimento dos profissionais. Após acordo das lideranças partidárias da ALMS, foi permitido o uso da palavra à presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação (Fetems), Sueli Veiga, e ao presidente do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Campo Grande (Simted), Wildes Ovando.

“Saímos daqui da Assembleia, com uma comissão composta por parlamentares para falarmos com secretário de Governo. Conversamos por cerca de uma hora e foi informado que se houvesse brechas jurídicas eles enviariam o projeto para aprovação desta Casa. Recebi, hoje, a ligação do secretário informando que a proposta não seria enviada. Lamentamos muito, pois, no nosso entendimento, encontramos brechas jurídicas”, alegou a presidente da Fetems.

A representante também explicou as dificuldades que a classe enfrenta. “Desde o início do mandato deste governo, estamos lutando por melhorias. O administrativo da educação recebe o menor salário entre os servidores estaduais, R$ 854,00, abaixo do salário mínimo. O abono vem para complementar, mas queremos que seja incorporado para que os valores sejam computados para vantagens na carreira. Pode parecer exagero o nosso manifesto, mas não é. O que estamos pedindo não quebra o Estado, não traz prejuízo. Parece que faltou boa vontade política do governo”, afirmou.

Desde a última semana, o grupo tem comparecido à Casa de Leis solicitando apoio dos deputados para intermediação junto ao governo. “Registro nosso agradecimento aos deputados por abrir essa oportunidade na tribuna, mesmo fora do regimento, para que a gente se manifeste. Fomos muito bem recebidos nesta Casa. Os parlamentares fizeram grande esforço para sairmos do impasse, até se propuseram a realizar a tramitação do projeto com urgência, caso fosse enviado pelo Governo. Lamentamos muito o resultado, mas não vamos deixar de lutar”, enfatizou Veiga.

O presidente do Simted, Wildes Ovando, destacou o compromisso firmado pelo Governo junto à classe. “Estamos indignados, revoltados, abandonados. Quando fizemos a greve do administrativo, ficou acordado que o projeto de lei seria enviado até junho, desde que não ferisse os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Para não atingir esse limite, o governo se comprometeu a diminuir os gastos com a folha, mas não cumpriu, pois agora, após a reunião com a comissão, o projeto não foi encaminhado para não atingir o teto prudencial. Sentimos muito, mas quero dizer aos administrativos que vamos continuar na luta”, disse o presidente do Simted.

Apoio parlamentar

Após a fala dos representantes, os deputados estaduais manifestaram apoio às reivindicações. “Os administrativos recebem menos que o salário mínimo, é uma desigualdade extrema, enquanto tem gente que recebe mais que o teto e tem que até fazer devolução do excedente. A luta é uma causa justa”, argumentou Pedro Kemp (PT).

“A Sueli foi precisa nas palavras dela, falou com o coração. Não é responsabilidade da classe achar brechas na lei. Isso coloca um peso nas costas dos profissionais e estão fazendo isso conosco também, pois não enviaram o projeto. Também estávamos esperando a proposta hoje, nós cobramos. Esse parlamento não faltou com a verdade com essa categoria”, destacou a deputada Graziele Machado.

O deputado Amarildo Cruz (PT) sugeriu que um documento fosse assinado por todos os deputados a fim de que os esforços para ajudar a classe continuem. “Temos que aproveitar esse clima de reivindicação e continuar nos empenhando para que possamos, o mais rápidos possível, retomar essa questão e o Executivo mande o projeto quando for permitido”, pontuou.

Um dos participantes da comissão formada para negociação junto ao Governo, o deputado Paulo Siufi (MDB), reiterou o compromisso feito junto aos representantes. “Na reunião, não disseram que iriam mandar o projeto, mas avaliar e mandar a resposta ontem [3] ou hoje pela manhã. Porém, nós estamos aqui e vamos votar com os servidores. Entendemos que é lícito e justo o manifesto”, disse.

O deputado Barbosinha (DEM) reforçou o acordo feito pelo Governo com os servidores e sugeriu que seja aguardado o relatório do próximo quadrimestre sobre a gestão fiscal do Estado. “Temos que acompanhar os gastos do próximo quadrimestre e, quando o percentual baixar e se enquadrar no limite da LRF, voltamos a dialogar com o Governo, vamos acompanhar”, finalizou.

 

Foto: Victor Chileno

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