Hoje é dia: 20 de setembro, 2024

Preço da carne despenca na produção, mas cliente não sente reflexo no bolso

A carne bovina continua sendo artigo de luxo na mesa das famílias sul-mato-grossenses. Isso porque, embora os produtores rurais tenham baixado o preço do produto, açougues, supermercados e lojas de carne em geral aproveitaram a brecha para ampliar a margem de lucro sobre as vendas.

Com isso, sobrou para o consumidor continuar pagando caro pelo quilo da carne bovina, optar pelos tipos de carnes em promoção ou simplesmente passar a consumirmenos o produto para não pesar no orçamento familiar.

Os produtores rurais já desconfiavam da prática traiçoeira de açougues e supermercados,sendo que essa suspeita foi devidamente confirmada a partir do resultado de pesquisas realizadas nesses estabelecimentos.

A ganância dos empresários que vendem a carne bovina para o consumidor final revolta os clientes que se assustam com os altos preços cobrados pelos produtos em açougues e supermercados.

Levando-se em consideração que o preço do boi no pasto baixou, o esperado era que o mesmo acontecesse nos estabelecimentos comerciais e que, finalmente, as famílias pudessem desfrutar sem moderação deste item que tanto faz a diferença no cardápio diário do sul-mato-grossense.

Entretanto, infelizmente isso não acontece na prática e, como sempre, quem é prejudicado é o cliente.

Além de os empresários do segmento não venderem o produto com preço justo, repassando para o consumidor a baixa no preço do boi no pasto, ainda há uma gigante variação de preço de um estabelecimento para outro. E, mais uma vez, cabe ao cliente pesquisar muito antes de comprar a carne para consumir no seu dia a dia.

Dependendo do lugar em que escolher comprar as suas carnes, o consumidor pode pagar até 87,33% mais caro. E, se os donos de açougues e supermercados gananciosos continuarem ampliando a sua margem de lucro, a tendência é de que essa diferença de um lugar para o outro só aumente.

Coincidentemente, é a picanha que registra a maior variação de preço na Capital. Esse corte nobre e queridinho dos campo-grandenses pode ser comprado por R$ 47,99, por R$ 83,90 ou então por R$ 89,90. A variação alcança tanto as carnes de primeira quanto as de segunda.

O bloqueio que se formou em torno do preço da carne para impedi-lo de baixar mobilizou até a Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul) que lançou uma campanha para baixar o valor do produto na gôndola.

De acordo com a Acrissul, houve redução tanto no preço da arroba quanto no frigorífico, o que garante margem suficiente para que os empresários vendam a carne bovina com o preço mais baixo possível.

O valor da arroba do boi, por exemplo, despencou nos últimos dois anos e acumula queda de 26% em Mato Grosso do Sul, porém, essa redução está bem longe de surtir efeito no bolso do consumidor, uma vez que o preço baixou apenas 4,27% no açougue.

O cliente simplesmente não consegue usufruir do benefício de pagar mais barato pela carne bovina porque, embora a redução seja aplicada na arroba, na produção do animal e até no frigorífico, o empresário se aproveita da situação para lucrar.

Mais do que nunca, é preciso que o consumidor se empodere da sua força e se conscientize de que só ele, com muita pesquisa e optando pelos preços mais baixos é capaz de forçar a redução do valor da carne bovina.

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