Hoje é dia: 20 de setembro, 2024

Empreiteiras gastam com obras em período de chuva e população reclama do transtorno

Com a temporada de chuvas, moradores de diversas regiões de Campo Grande questionam a forma como as empreiteiras que realizam obras de manutenção das vias e de pavimentação cumprem os contratos milionários que mantêm com a Prefeitura. Elas são acusadas de deixar os trabalhos para os piores períodos do ano, causando transtornos e prejuízos para os cofres públicos.

“Obra de tapa-buracos e de pavimentação realizada em Campo Grande entre novembro e março é desperdício de dinheiro”, avalia o meteorologista Nathálio Abrão. Segundo o especialista, é neste período que a Capital recebe a maior parte das chuvas e os serviços, invariavelmente, acabam comprometidos.

Segundo Natálio, o tempo chuvoso é inimigo das obras de pavimentação e recapeamento porque o solo úmido impossibilita o bom resultado das obras, provocando a abertura do buraco no mesmo local. Este problema é bastante conhecido pela população de diferentes bairros da Capital, onde é cada vez mais comum o abre e fecha de crateras nas vias públicas.

“O asfalto precisa de vedação completa. Uma infiltração, por menor que seja, vai se espalhar horizontalmente na parte de baixo e criar um espaço entre o solo. Com isso o asfalto se solta e se rompe. Com o teor de água elevado, a tendência é que o asfalto rache. As obras nesse período serão de curto prazo, para maquiar, mascarar a situação. Não terá durabilidade”, explicou.

Embora as chuvas aconteçam em intervalos de dias, o meteorologista observou que o indicado é que este período seja usado para planejamento e não para a realização das obras.

“Os engenheiros têm de considerar o tempo de vida dessas obras. Existe um conjunto de responsabilidades que exige coerência, estudo e planejamento. Agora é época de planejamento para o próximo ano. É uma situação de causa e efeito. As chuvas impedem que esse trabalho termine”, observou.

Mas, não precisa ser especialista para confirmar a observação do meteorologista. Nos últimos dias, moradores de diversos pontos da Capital tiveram problemas até para entrar em casa nas ruas em que obras de pavimentação foram iniciadas em plena temporada de chuvas. Teve contribuinte que foi obrigado a pagar hotel porque teve a residência ilhada pelas obras.

Mesmo tendo conhecimento de que este trabalho é inviável nas estações primavera e verão, quando as chuvas podem ocorrer a qualquer momento, contratos milionários são firmados e as obras são programadas para o período.

Na Rua Martin Afonso de Souza, no Bairro Nova Lima, região norte da cidade, a pavimentação parou na metade da via. O servidor público, que preferiu não se identificar, disse que não foi beneficiado com o asfalto. Ele contou que em dias de chuva, as águas formam uma poça que impede a passagem dos moradores.

“A rua fica alagada, o bueiro está entupido. Fica muito difícil de transitar. Os carros atolam na lama. Já pedimos para colocarem cascalho na rua, mas ninguém fez nada. A Prefeitura nem mesmo responde às solicitações. O IPTU aumenta e não tem melhoria nas ruas”, lamentou.

Além deste, outros bairros da Capital ficam na mesma situação e embora a população queira uma solução rápida, o meteorologista destacou que é necessário ter cautela. “Obras em período de chuva é o mesmo que jogar dinheiro fora”, finalizou.

O secretário Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação Valtemir de Brito e com a secretária-adjunta Kátia Castilho não foram encontrados para falar sobre do assunto.

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