Após a festa que durou dois dias, o prefeito Alcides Bernal (PP) teve que encarar a realidade de Campo Grande, que apresenta uma prefeitura falida, sem condições financeiras e recursos abaixo do esperado para qualquer gestor. Antes de apontar a artilharia para a antiga gestão, que o progressista define como grupo criminoso, ele terá que lidar com o pagamento dos servidores e fornecedores.
Bernal anunciou hoje que vai ter que escalonar o pagamento dos salários dos servidores até o mês de dezembro, revelando que sua equipe levantou que existem apenas R$ 10 milhões no caixa da prefeitura e ele precisa de R$ 90 milhões para pagar a folha salarial. A situação fica mais complicada que o novo prefeito tinha em mente.
Olarte alegava que a queda de arrecadação e repasses federais, junto com reajuste de categorias desde a época do ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB), no caso dos professores, justificativa esta falta de recursos, mas não se sabia do rombo tão grande nas contas.
De acordo com o titular da Seplanflic (Secretaria Municipal de Finança e Planejamento), Disney Souza Fernandes, a prefeitura está com deficit de R$ 30 milhões. “Quando o Bernal foi afastado, ele deixou mais de R$ 1 bilhão em caixa, sendo R$ 200 milhões da arrecadação do IPTU, o que desqualifica o argumento dito na gestão do Olarte que não tinha dinheiro para cumprir algumas coisas que ficaram pendentes”
A promessa é que depois de toda regularização feita pela nova equipe, em alguns meses os servidores poderão voltar a receber no 5° dia útil, lembrando que não poderia imaginar uma situação tão difícil e que na sua visão, o caixa da prefeitura deveria ser colocado como caso de polícia, por sumiço de recursos públicos.
“Ainda existe o pagamento de precatório de R$ 2 milhões por mês e tem que pagar se não corremos o risco de improbidade administrativa. Outro caso é que faltava pagar para a OMEP e Seleta mais de R$ 2 milhões, mas encontramos déficit de R$ 6 milhões de despesa”, alertou o prefeito.
Bernal aproveitou este momento para anunciar que vai reduzir custos e cortar programas e serviços que não sejam essenciais para população, entre eles o tapa-buracos e eventos, que utilizem recursos municipais.
“Alguns dos recursos tinham como destino secretarias e por isso várias obras ficam paradas. “Foi um crime extremamente grave, espero que a Ministério Público Estadual, Controladoria Geral da União e Polícia Federal punem os envolvidos”.
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